Tratamento da Esclerose Múltipla

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Vamos continuar com nossa série de artigos especiais do MedSimples sobre a Esclerose Múltipla. Nesse artigo, conheça as diferentes formas de tratamento da Esclerose Múltipla (EM).

Basicamente, nós podemos dividir o tratamento da EM em três tipos diferentes:

  1. Os tratamentos para os surtos.
  2. O tratamento com drogas modificadoras da doença.
  3. O tratamento dos sintomas.

Vamos ver com calma um pouco sobre cada uma delas?

Tratamento dos surtos de EM

A primeira coisa que seu médico neurologista irá avaliar nessas situações, é se os sintomas que você apresenta são realmente um surto de EM ou apenas uma exacerbação dos sintomas. Como já abordamos na página sobre Sintomas de Esclerose Múltipla, ela pode piorar em situações de calor, fato este que não é caracterizado como um surto.

Em se tratando realmente de um surto da EM, o tratamento é feito à base de glicocorticoides como a Metilprednisolona intravenosa, ao longo de 3 a 5 dias, seguido de um tratamento via oral com Prednisona, geralmente numa dose entre 60 a 80 mg ao dia, sendo gradualmente reduzida ao longo de duas semanas.

Outros medicamentos podem ser associados para evitar efeitos adversos desse tratamento, como é o caso do Lítio para alterações emocionais e insônia, além de medicamentos protetores gástricos para evitar o surgimento ou piora da úlcera péptica por corticoides, como o Omeprazol, Pantoprazol ou Ranitidina, por exemplo.

Drogas modificadoras da doença

Esses medicamentos são os mais importantes no tratamento da  Esclerose Múltipla. São, em geral, drogas imunomoduladoras, ou seja, capazes de alterar a resposta imunológica do organismo. Grande parte delas é capaz de reduzir a frequência de surtos da doença e reduzir o grau de incapacidade dos pacientes.

Seguem alguns destes medicamentos:

  • Interferon Beta;
  • Acetato de Glatirâmer;
  • Natalizumab;
  • Fingolimod;
  • Dimetil Fumarato;
  • Teriflunomida;
  • Mitoxantrona;
  • Alemtuzumab;

A escolha de um ou outro medicamento depende da avaliação cuidadosa do seu neurologista, e dependerá do tipo de Esclerose Múltipla, da gravidade dos sintomas e da resposta ao uso destes medicamentos.

Tratamento dos sintomas

Para todos os pacientes diagnosticados com Esclerose Múltipla, indica-se um estilo de vida saudável, mantendo uma boa dieta e exercícios físicos, à medida que forem tolerados. A natação geralmente é um do melhores exercícios para quem tem EM, devido ao frio da água, que não piora os sintomas.

A reposição de vitamina D para os pacientes que apresentam deficiência dos níveis dessa importante vitamina também é recomendada. O uso de Ômega-3 também pode ser feito.

Como já comentamos no artigo sobre sintomas da doença, a apresentação sintomática pode variar muito de pessoa para pessoa. Por isso, o tratamento sintomático também varia.

– Os tremores podem ser tratados com Clonazepam, Propranolol ou Ondansetrona, por exemplo.

– A dor crônica é atacada com o uso de medicamentos variados, como anticonvulsivantes (como Carbamazepina, Gabapentina, Pregabalina ou Fenitoína) e antidepressivos tricíclicos (como Amitriptilina e Nortriptilina).

– A incontinência urinária por hiperreflexia do músculo detrussor da bexiga é tratada reduzindo a ingesta de líquidos e indo mais vezes ao banheiro. Medicamentos como a Oxibutinina e a Tolterodina podem ajudar.

– Já a retenção urinária por alteração do esfíncter da bexiga pode responder ao uso de Terazosina ou outros medicamentos. O uso de um catéter urinário também pode ser realizado.

– Os espasmos musculares podem ser tratados com fisioterapia ou terapia ocupacional, exercícios e alongamentos.Medicamentos podem ajudar nesses casos, como o Diazepam, o Baclofeno e relaxantes musculares como a Ciclobenzaprina.

– A constipação é tratada com aumento de fibras e líquidos na alimentação. Laxantes naturais ou à base de medicamentos também podem ser indicados.

– A depressão também deve ser tratada com antidepressivos.

– A fadiga comum nos portadores de EM podem ser tratados com medicamentos como a Amantadina e o Modafinil. Condições que pioram a fadiga, como é o caso da depressão e dos espasmos, também devem ser abordados.

– Já a disfunção sexual pode ser tratada com medicamentos como Sildenafila (Viagra) e Tadalafila.

Esses são alguns exemplos dos tratamentos sintomáticos dos portadores de EM.

Espero que você tenha gostado do artigo! Continue lendo sobre EM nas outras páginas do MedSimples sobre o assunto:

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[titulo]Seu guia sobre Esclerose Múltipla[/titulo]
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Referências:

  1. FAUCI, Anthony S. et al. Harrison’s principles of internal medicine. 19th ed. New York: Mcgraw-hill, 2015.

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