A Fibromialgia é um diagnóstico difícil de ser feito: em média, um paciente passa por um mínimo de 3 médicos diferentes e esse processo demora pelo menos 2 anos, até que a causa dos sintomas (especialmente a dor) receba um diagnóstico correto de Fibromialgia.
Visto essa dificuldade, receber o diagnóstico de Fibromialgia é, em parte, uma boa notícia! Não é a garantia de que você vai conseguir controlar a sua dor e outros sintomas, mas um diagnóstico correto permite que você aprenda mais sobre a doença, e abre oportunidades para você controlar a sua saúde. Se você recebeu o diagnóstico de Fibromialgia, conheça mais sobre a sua doença e dicas práticas para manejá-la no seu dia-a-dia!
A Fibromialgia já foi chamada de tudo: de reumatismo, doença inflamatória, infecciosa, autoimune ou relacionada à alimentação. Porém, até hoje, não existem evidências que justifiquem essas causas que são atribuídas à Fibromialgia.
Se a Fibromialgia não é uma doença inflamatória, autoimune, infecciosa ou relacionada à alimentação, o que ela é?
A princípio, podemos dizer que a Fibromialgia tenha mais envolvimento com a Neurologia, devido a alterações na forma como nosso sistema nervoso percebe a dor. Você, como portadora ou portador de Fibromialgia, apresenta o que chamamos de diminuição do limiar de dor. Isso significa que você sente dor em estímulos que, para outras pessoas, não desencadearia uma sensação de dor no corpo.
Paciente portadores de Fibromialgia apresentam alterações em testes neurológicos de sensibilidade à dor, mostrando que existe uma amplificação dos sinais de dor e uma sensibilização do Sistema Nervoso Central (SNC) à dor.
Se você foi diagnosticada ou diagnosticado com Fibromialgia, eu tenho certeza que os sintomas te incomodam muito. Sendo uma doença crônica, esses sintomas podem ir e vir ao longo da sua vida.
Porém, saiba que uma das principais características da Fibromialgia é que, diferente de doenças como a Artrite Reumatoide, ela não tem caráter progressivo, ou seja, não piora com o passar do tempo, apesar de haver momentos de exacerbação dos sintomas intercalados com períodos de melhora.
Nós consideramos a Fibromialgia como sendo uma síndrome. Uma síndrome, na Medicina, é toda alteração que leve a um conjunto de sintomas (sensações relatadas pelo paciente) e de sinais (dados objetivos encontrado no exame médico).
A maior parte dos pacientes portadores de Fibromialgia (70 a 90{2bcd453d7311fcd5d3fd79b4f06f2b23457405190b55b88de47449b7ddf1e563}) apresentam, além da dor crônica difusa típica da doença:
Como a Fibromialgia não tem uma causa ainda completamente definida, o tratamento com medicamentos não costuma ser muito eficiente nesses pacientes.
Todos os estudos científicos que avaliam diferentes tipos de tratamento para portadores de Fibromialgia chegam a um consenso: o exercício é fundamental para todo e qualquer paciente portador de Fibromialgia que tenha interesse em controlar a sua doença. Sem exercício, não existe uma “luz no fim do túnel”, infelizmente.
As pesquisas mostram um efeito inclusive superior à farmacoterapia (tratamento medicamentoso). A melhor indicação fica com os exercícios aeróbicos, como caminhadas. Estabeleça uma meta inicial mínima de 2 horas e meia de atividade física por semana e você sentirá os benefícios diretamente no seu dia-a-dia, com redução das dores e da incapacidade funcional típicas da doença.
Por conta da dor crônica que chega muitas vezes a ser incapacitante, muitos pacientes e até médicos desavisados prescrevem analgésicos da classe dos opioides (como Tramadol e Codeína) para portadores de Fibromialgia, na tentativa de melhora dos sintomas. O mesmo no caso de anti-inflamatórios como Nimesulida, Ibuprofeno e tantos outros.
Alguns estudos mostram que o portador de Fibromialgia pode até ter seus sintomas piorados em caso de uso de opioides. Já os anti-inflamatórios falham em demonstrar algum tipo de benefício nesses pacientes. Portanto, fique longe deles, exceto se você tiver alguma outra doença concomitante onde a indicação desses medicamentos possa ajudar.
Mesmo os medicamentos que são indicados no tratamento da Fibromialgia (que incluem relaxantes musculares, Pregabalina e Duloxetina, por exemplo) trazem resultado em apenas uma pequena parcela dos portadores de Fibromialgia.
Se você precisa de medicamentos para controle da doença, é preciso individualizar o tratamento com um médico atencioso à sua resposta aos medicamentos.
Tanto dos seus familiares, amigos e colegas de trabalho, como da equipe de profissionais de saúde que te acompanha. Sua dor não é mentira e as pessoas precisam entender isso e estimular as mudanças de hábitos de vida que você precisa tomar para que possa atingir uma redução nos sintomas dessa incapacitante doença.
O papel de quem está à sua volta, nestes casos, é fundamental.
Você convive com Fibromialgia, e não está morrendo por ela. Mesmo que você seja portadora ou portador de uma doença crônica incapacitante como a Fibromialgia, é preciso olhar para a frente e buscar viver e conviver com a sua condição crônica da melhor maneira possível, com o que estiver às suas mãos.
Eu e outros excelentes profissionais da saúde do MedSimples estamos prontos para retirar suas dúvidas e/ou realizar uma teleconsulta para melhor avaliar o seu caso e conversarmos diretamente sobre a sua Fibromialgia ou outras doenças/sintomas que você tenha.
Espero ter lhe ajudado com este artigo e, se tiver dúvidas, deixe seu comentário!