Dor Torácica

author-avatar

Olá, seja bem-vindo a seção de dor no peito, conhecida pelo termo médico de dor torácica. Este sintoma, muito presente na população e na prática médica, especialmente nos ambientes de pronto atendimento, sempre agrega preocupação. Especialmente pela relação imediata que surge com situações mais graves, como o infarto do coração. Para maior entendimento da situação e proveito da consulta médica o texto será dividido como uma consulta, isto é, entrevista médica, exame físico e exames complementares.

Pontos Importantes – Entrevista Médica

A conversa inicial configura a parte mais importante da avaliação médica, nela é possível captar diversos dados para o diagnóstico, que poderá ser confirmado nas próximas duas etapas. São muito importantes diversas perguntas:

A quanto tempo essa dor teve início? A presença de dores que têm duração prolongada, semanas e até meses, provavelmente estão relacionadas com situações de menor gravidade – visto que as situações de emergência (como um infarto) teriam levado a maiores consequências. Mas apenas a duração prolongada não pode garantir tranquilidade, especialmente se teve alguma piora recentemente.

Qual o tipo da dor? Dores em aperto, peso ou pressão estão relacionadas a falta de sangue em alguma área do coração. Quando a falta é transitória e não causa danos aos tecidos, o diagnóstico clínico recebe o nome de Angina. Contudo, se a falta é mais prolongada e parte do tecido morre, este é o infarto. Dores em queimação estão mais relacionadas aos eventos do esôfago, como retorno do líquido ácido do estômago (Refluxo ou Azia) e do tipo pontada aos transtornos osteomusculares.

A dor irradia (corre) para algum lugar? A irradiação da dor para o braço esquerdo ou mandíbula, geralmente está relacionada com falta de sangue no coração. Quando a irradiação é para as costas ou até para a barriga, poderá estar presente um aneurisma. O aneurisma é uma dilatação dos vasos sanguíneos que surge em consequência de pressão alta, tabagismo, doenças genéticas, diabetes, dentre outros. Assim como o infarto, configura uma emergência.

A dor piora com alguma coisa? Quando realizamos algum esforço, aumentamos a demanda de todos os órgãos, especialmente do coração. Se a dor piora quando a respiração é mais profunda, isso pode ser indicativo de lesão do aparelho respiratório, em especial da pleura (revestimento do pulmão). Se a dor piora com algum movimento muito específico, poderá ser tensão em algum músculo da parede torácica.

Você teve algum outro desses sintomas? Nessa parte da consulta é importante não esquecer de mencionar os outros sintomas como falta de ar, febre, náuseas e desmaios. A presença de febre com tosse, poderá se relacionar a pneumonia. Se sua dor melhora quando o tronco é flexionado para frente, poderá se relacionar a pericardite (inflamação do revestimento do coração). A presença de trauma (batida) poderá indicar fratura ou lesão muscular. Como existe uma infinidade de sintomas, reporte tudo o que acredita ser relevante e o médico irá separar o joio do trigo.

Quais são suas doenças? Hábitos de vida? Vícios? Medicações? Nessa parte da consulta o médico consegue estabelecer uma noção do estado do paciente para comparação com os demais sintomas. Uma menina jovem, praticante de exercício físico, sem doenças, vícios ou uso de medicações – se tiver um episódio de dor torácica, muito provavelmente não terá um infarto. Um senhor idoso, sedentário, fumante, portador de hipertensão e diabetes descontrolados – será outra história e a atenção deverá ser redobrada. Busque manter anotado na carteira suas doenças e medicações de uso contínuo, na hora, é possível que o nervosismo precipite o esquecimento.

Exame físico

O exame físico deverá ser completo nos casos de dor torácica, com avaliação dos dados vitais: frequência cardíaca, saturação de oxigênio, frequência respiratória, pressão arterial – para iniciar. Após, deverá ser realizada ausculta do coração e do pulmão, em busca de alterações que possam sugerir algum diagnóstico específico. Por fim, não deverá faltar a palpação dos pulsos do paciente.

Exames complementares

Os exames complementares são solicitados dependendo da avaliação inicial. Em alguns casos, nem são necessários. Contudo, na maioria deles são necessários o eletrocardiograma, exames básicos de sangue e radiografia de tórax. Em conjunto com a anamnese e exame físico, eles têm o potencial de confirmar ou afastar hipóteses do médico. Muitas vezes mesmo aquele senhor idoso com várias doenças pode apresentar algo leve – mas isso só poderá ser afirmado após todo o processo de investigação.

Comentários Finais

A dor no peito é um desafio diagnóstico, mas graças a sistematização do conhecimento médico e avanço nos métodos diagnósticos é possível descobrir o seu diagnóstico após alguns passos. Se após ler esse texto, ficou com receio de ter algo grave que precise ir ao pronto atendimento, possuímos um questionário de sinais de alerta. Você poderá responder algumas perguntas para descobrir se precisa ir hoje para o atendimento ou poderá marcar uma consulta para os próximos dias.

Deixar um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *