Palpitação: quando se preocupar?

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Introdução

Olá, seja bem vindo a seção de palpitação ou batedeira. Esse sintoma médico é descrito como a sensação anômala do batimento cardíaco, intenso e acelerado. Por estar relacionado ao coração, sua presença traz preocupação. Neste texto serão delineados alguns aspectos importantes dessa queixa. Para que você entenda como funciona a investigação do quadro, faremos uma abordagem similar ao de uma consulta, com entrevista, exame físico e exames complementares.

Pontos Importantes – Entrevista Médica

A conversa inicial é a parte mais importante, nela poderá dizer melhor a sua sensação e detalhar os demais fatores associados. Na palpitação, é muito frequente a presença de fatores desencadeantes como café, álcool, energéticos, estimulantes, estresse psicológico, atividade física intensa e privação de sono. Revise como foram seus últimos dias. Será que você teve alguma atividade fora do habitual?

Você também tem outros sintomas clínicos?

Em muitos casos a palpitação surge como única manifestação de alguma doença, entretanto, a lembrança de outros sintomas como dor no peito, falta de ar, tontura, desmaio e náuseas; pode direcionar o médico para outros diagnósticos possíveis. A presença de dor no peito, palpitação e falta de ar podem levar o pensamento para algo mais sério. Enquanto, casos sem nenhuma outra sensação normalmente são benignas, sem necessidade de atendimento imediato.

Você já teve esses eventos outras vezes?

A presença de diversos episódios de palpitação, com melhora entre eles, pode indicar a presença de arritmia. As arritmias são condições em que o coração não realiza suas contrações seguindo o intervalo normal, ou seguindo todo o eixo do estímulo elétrico. Por curiosidade, o coração realiza suas contrações iniciando pelas partes mais altas (Átrios) e depois pelas partes inferiores (Ventrículos). O guia para essa estimulação é a fiação elétrica do coração. Às vezes um fio desencapado poderá disparar estímulos errados.

Quais são suas doenças? Hábitos de vida? Vícios? Medicações?

Saber esse histórico do paciente é sempre relevante, mas no caso da palpitação pode ser ainda mais importante. Muitas vezes a situação é resolvida com a descoberta de algum simples hábito que pode desencadear o problema, como uso excessivo de café e cigarro. Algumas medicações antidepressivas podem iniciar a situação, com necessidade de troca. Eventos estressores, que podem ser alterados. As doenças de base tem o mesmo papel de direcionamento, sempre mantenha elas anotadas na carteira, no atendimento poderão ser esquecidas.

Exame físico

O exame físico deverá ser completo nos casos de dor torácica, com avaliação dos dados vitais: frequência cardíaca, saturação de oxigênio, frequência respiratória, pressão arterial – para iniciar. Após, deverá ser realizada ausculta do coração e do pulmão, em busca de alterações que possam sugerir algum diagnóstico específico. Por fim, não deverá faltar a palpação dos pulsos do paciente, percebendo se estão no ritmo correto ou irregulares.

Exames complementares

Os exames complementares são solicitados dependendo da avaliação inicial. Em alguns casos, não são necessários. Contudo, na maioria deles são necessários o eletrocardiograma, exames básicos de sangue e radiografia de tórax. Destes, o eletrocardiograma é o carro chefe, nele é possível ver o ritmo que o coração está batendo, detectar se existem sinais de infarto do coração. É através do eletrocardiograma que são feitos os diagnósticos das arritmias. Em algumas situações, as arritmias são de ocorrência eventual, aparecem de vez em quando, causam desconforto e somem. 

Para tais situações, pode ser necessário a realização de um eletrocardiograma de longa duração. Esse exame é o Holter, o paciente fica com os eletrodos grudados no corpo durante o período estipulado, até que a arritmia seja observada. A duração média de tempo quando esse exame é solicitado é de 24 horas.

Uma das causas de palpitação precisa de um exame ainda mais sofisticado, o ecocardiograma. Essa causa é o prolapso de valva mitral. Quando o sangue passa dos átrios para os ventrículos, existem comportar, essas comportas são as valvas que se fecham para não ter retorno do sangue. O Prolapso da valva mitral é quando essa valva não fecha completamente. Na maioria dos casos, é algo muito tranquilo, não precisa de correção e não acarreta outros sintomas.

Comentários Finais

A palpitação é um desafio diagnóstico, mas graças a sistematização do conhecimento médico e avanço nos métodos diagnósticos é possível descobrir o seu diagnóstico após alguns passos. Se após ler esse texto, ficou com receio de ter algo grave que precise ir ao pronto atendimento, possuímos um questionário de sinais de alerta. Você poderá responder algumas perguntas para descobrir se precisa ir hoje para o atendimento ou poderá marcar uma consulta para os próximos dias.

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