A surdez por otosclerose surge na mocidade (entre 20 e 40 anos); enquanto a presbiacusia é a surdez que se instala na idade avançada (após 70 anos). A otite média serosa incide de maneira marcante na criança até os 10 anos de idade; a doença de Ménière é mais comum na quarta e quinta décadas da vida. A gravidez agrava a surdez em 50{2bcd453d7311fcd5d3fd79b4f06f2b23457405190b55b88de47449b7ddf1e563} das paciente com otosclerose.
1. Otalgia – dor de ouvido. Às vezes é uma dor referida ou reflexa, outras vezes é produzida por lesões locais. Pode ser devido à cárie dentária, sinusite, amigdalite e faringite aguda. Tais irradiações são favorecidas pelo grande número de anastomoses nervosas da região.
2. Otorréia – saída de líquidos pelo ouvido. Podem ser claros como água, serosos, mucosos, purulentos ou sanguinolentos. Os líquidos claros são constituídos pelo liquido cefalorraquidiano, proveniente de fraturas da base do crânio. Os sanguinolentos são devidos a pólipos neoplásicos, à otite gripal, neoplasias ulceradas e traumatismos. Os serosos, mucocatarrais, ou purulentos têm origem em alterações da orelha externa, como eczemas, otites externas, furúnculos; em otites médias agudas ou crônicas e em mastoidites crônicas.
3. Otorragia – decorre de traumatismo do meato acústico externo, ruptura da membrana do tímpano, ou por fraturas da base do crânio, que podem ser longitudinais ou transversais. As longitudinais são as que mais frequentemente acarretam otorragia.
4. Prurido – pode ser causado por eczema no canal auditivo, mas pode também aparecer em doenças sistêmicas, como diabetes, hepatite crônica e linfomas.
5. Distúrbios da Audição (disacusias) – perda da capacidade auditiva, que pode ser leve ou moderada (hipoacusia), acentuada (surdez) ou total (anacusia ou cofose). Elas podem ser divididas em: diacusia de transmissão, devida a lesões situadas no aparelho transmissor da onda sonora, orelhas externa e média e líquidos labirínticos; ou diacusianeurossensorial, quando o fator lesivo se localiza no órgão e Corti e/ou no nervo acústico. Pode ser que o indivíduo sinta impossibilidade de individualizar o lugar em que se produz um ruído (paracusia de lugar). Há casos em que o paciente se queixa de ressonância da própria voz no ouvido (autofonia), e ainda outros em que certos ruídos são percebidos com intensidade dolorosa (algiacusia).
6. Zumbidos – são sensações auditivas subjetivos que atribuem-se à irritação de células sensoriais do órgão de Corti. As causas são diversas, podendo ser óticas ou não-óticas. Entre as óticas, encontram-se o tampão de cerume obturante, corpo estranho, otite externa, inflamações da orelha médica, timpanosclerose, otosclerose, ototoxicoses, trauma sonoro e neuroma do acústico. Entre as não óticas encontramos a hipertensão, o angiospasmo, o hipertireoidismo e a menopausa. De modo geral, aumentam de intensidade com tensão nervosa, preocupações ou aborrecimentos, noites mal dormidas, e fadiga física ou psíquica.
7. Vertigem – sensação subjetiva em que o paciente acredita estar girando em torno dos objetos (vertigem subjetiva) ou os objetos estarem girando em torno dele (vertigem objetiva). Geralmente é acompanhada de perda do equilíbrio, náuseas, vômitos e zumbidos auriculares. É sempre de origem labiríntica. Em geral, a vertigem surge subitamente, sob a forma aguda, mas também pode instalar-se insidiosamente. As crises podem apresentar-se em caráter intermitente, com períodos de acalmia, assim como sob forma quase contínua. São acompanhadas de perturbações do equilíbrio e desvio de marcha (vertigem de posição é aquela que só surge em determinada posição da cabeça). Além disso, possui relação com o nistagmo, sendo positivo quando periférico e negativo quando central.
1. Dor – principalmente nos processos inflamatórios e nas neoplasias nasosinusais. A localização depende do seio paranasal comprometido.
2. Espirro – aparece na fase inicial da rinite catarral aguda do resfriado comum e exprime reação local de defesa. Possui características das rinopatiasaléricas, sendo acompanhados de prurido nasal, que pode estender-se à mucosa da conjuntiva, da nasofaringe, da trompa de Eustáquio e, até mesmo, à pelo do lábio superior.
3. Alterações do Olfato – A hiposmia (diminuição) ou anosmia (abolição) pode ser devido a uma causa intranasal que impede a passagem das partículas odoríferas até a zona olfatória (pólipos, edema da rinite alérgica crônica), a uma atrofia da mucosa pituitária (ozena), a lesões das terminações nervosas olfatórias ou a processos intracranianos que alcançam diretamente o bulbo olfatório (tumores e traumatismos).
A hiperosmia (aumento) surge, às vezes, na gravidez, no hipertireoidismo e nas neuroses. Pode decorrer também de lesões da ponta do lobo temporal ou pode instalar-se como aura epilética (sintomas que surgem antes da crise).
Já a parosmia consiste na interpretação errônea de uma sensação olfatória; é a perversão do olfato. Pode surgir em neuropatas ou em portadores da neurite gripal além de, também, poder instalar-se como aura epilética.
Por fim, a cacosmia consiste em sentir mau odores, podendo ser subjetiva ou objetiva. Na subjetiva, somente o indivíduo percebe o mau cheiro, como acontece na sinusite purulenta crônica; na objetiva, tanto o indivíduo como as pessoas que dele se aproximam sente o mau cheiro. A cacosmia objetiva pode ser devida à sífilis nasal com sequestros, tumores e corpos estranho. Na rinite atrófica ozenosa, a cacosmia é, também, objetiva e percebida pelas pessoas que rodeiam o paciente, mas não por ele mesmo devido a uma atrofia das terminações do nervo olfativo ou a uma fadiga deste.
4. Obstrução Nasal – presente em quase todas as enfermidades das fossas nasais, como rinites, manifestações alérgicas, pólipos, neoplasias benignas e malignas e imperfuraçãocoanal congênita. A obstrução nasal crônica determina respiração bucal.
5. Ronco – decorre de obstáculo à livre passagem da corrente aérea pelas fossas nasais e faringe. A úvula e o véu palatino entram em vibração durante a passagem do ar inspiratório e provocam o ronco. A síndrome de apneia do sono são pausas respiratórias de 10seg a 1min, ocorrendo cerca de 8 a 10 vezes por hora. As causas mais frequentes são de origem nasal ou faríngea (desvios acentuados do septo nasal, pólipos alérgicos ou infecciosos) e a obesidade.
6. Corrimento Nasal (Rinorréia) – Inclui hipersecreção serosa ou seromucosa, mucopurulenta, purulenta, com fragmentos de falsas membranas (difteria nasal). Quando ocorre corrimento purulento por uma única narina, pensa-se em sinusite ou na presença de um corpo estranho. Em alguns casos, a secreção torna-se muito fétida, como em sífilis nasal, neoplasias malignas, corpo estranho e ozenas. A secreção serosa pode vir da própria mucosa (hidrorréia nasal) ou ser devida ao líquido cefalorraquidiano (hidrorréia cefálica).
7. Alterações da Fonação – as fossas nasais atuam como caixa de ressonância durante a fonação, de modo que certas afecções nasobucofaríngeas podem alterar a emissão vocal, dando origem à voz anasalada ou rinolalia. Algumas dessas causas são: véu palatino curto ou paralítico, vegetações adenoides hipertrofiadas, destruições do septo nasal, obstrução nasal aguda ou crônica e fenda palatina.
8. Epistaxe – é a mais frequente das hemorragias. Pode ser classificada em anterior (sangramento origina-se na área de Kisselbach) e posterior (o sangramento origina-se na parte posterior da cavidade nasal ou da nasofaringe). A epistaxe é, em geral, de pequena intensidade; no entanto, notadamente após os 45 anos, pode apresenta-se em alto grau de intensidade de natureza arterial. Os ramos terminais das artérias esfenopalatina e etmoidais anterior e posterior encontram-se e se anastomosam na porção anterior e inferior do septo nasal, na área denominada de zona de Kisselbach.
a. Causas locais – traumatismos acidentais ou cirúrgicos. Outras causas seriam a rinite aguda simples, as ulcerações tuberculosas ou sifilíticas, a mifase nasal, os rinólitos, algumas neoplasias benignas como o pólipo sangrante do septo e o fibroma da nasofaringe, e as neoplasias malignas do nariz.
b. Causas gerais – sintoma comum nos estados febris, na pneumonia, na gripe, na febre tifoide, na nefrite aguda, na congestão passiva produzida pelas obliterações da VCS ou nos acessos de tosse da coqueluche. O abaixamento da pressão atmosférica também facilita a hemorragia, assim como a arteriosclerose, a hipertensão arterial e as nefrites crônicas (nessas três últimas, a epistaxe é muito frequente). Além disso, as hemorragias nasais podem resultar de várias desordens do aparelho circulatório, de doenças do fígado (por insuficiência de vitamina K), dos rins e do sangue.
Os processos inflamatórios agudos da mucosa orofaríngea são mais comuns na criança que no adulto. O linfoma da amígdala palatina é mais frequente no jovem.
1. Dor de Garganta – dor à deglutição, encontrada em quase todas as enfermidade da faringe, inflamatórias ou neoplásicas. Pode ocorrer também na neuralgia do glossofaríngeo, associada à dor periauricular.
2. Dispnéia – na hiperplasia exagerada das amígdalas palatinas.
3. Disfagia – dificuldade de deglutir decorrente de processos inflamatórios
4. Tosse – a hiperplasia amigdaliana pode desencadear tosse reflexa. As secreções oriundas das amígdalas e aspiradas durante o sono podem acarretar traqueítes e traqueobronquites “descendentes, causando acessos de tosse.
5. Halitose – as amígdalas podem transforma-se em depósito de detritos alimentares e produtos de descamação, dando origem às massas caseosas, que são extremamente fétidas e constituem o mau hálito.
O câncer de laringe é incomum na mulher. A rouquidão rebelde aparece em pacientes acima de 40 anos, fazendo pensar em câncer.
1. Dor – surge nas laringites, agudas ou crônicas, em caráter espontâneo ou à deglutição.
2. Alterações da Voz (Disfonia) – varia desde discreta rouquidão até ausência de voz (afonia). Pode ser observada nas laringites agudas ou crônicas, nos pólipos e neoplasias endolaríngeas, e nas paralisias das cordas vocais. Além disso, no hipotireoidismo a voz torna-se lenta, monótona; nos portadores de fenda palatina, a voz se mostra fanhosa.
3. Tosse – A mucosa laríngea é uma área altamente tussígena. A região interaritenóidea constitui o ponto mais vulnerável no despertar do reflexo da tosse. A causa mais frequente são as laringites. A tosse rouca quase sempre indica comprometimento das cordas vocais.
4. Disfagia – encontrada em processos neoplásicos da laringe. Além disso, as laringites agudas e a artrite cricoaritenóidea desencadeiam distúrbios da deglutição.
5. Pigarro – decorre de hipersecreção de muco, que se acumula e adere à parede posterior da faringe. Comum nos tabagistas crônicos, principalmente pela manha.