Uma das combinações de exames mais importantes e interessantes no diagnóstico e avaliação da Diabetes é a dosagem, em conjunto, da Glicemia e Insulinemia (níveis de Insulina no sangue), exame este chamado de Curva Glicêmica e Insulinêmica, também conhecida por curva Glicoinsulinêmica. Neste artigo, vamos falar mais sobre a importância de se realizar essas duas dosagens ao mesmo tempo e que valiosas informações esse tipo de exame laboratorial pode nos fornecer.
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Nós já abordamos a Curva Glicêmica ou TOTG em um artigo completo.
A Curva Glicêmica, também conhecida por Teste Oral de Tolerância à Glicose, é um exame onde será dada uma quantidade padrão (75 gramas) de glicose em forma de dextrose para o paciente ingerir, via oral, antes de se iniciar o exame.
Então, será medido os níveis de açúcar no sangue (glicemia) durante o jejum, 1 hora e 2 horas após a ingestão dessa carga de glicose. Com esses dados, podemos fazer uma curva dos níveis sanguíneos de glicose em relação ao tempo.
Esse importante exame nos fornece dados concretos sobre como o nosso corpo está reagindo à ingestão de glicose. Um indivíduo normal deve ter uma elevação não muito acentuada do açúcar no sangue 1 e 2 horas após a ingesta. Para avaliar isso, temos valores de referência para o diagnóstico de Diabetes em adultos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses são os valores considerados dentro do normal para a Curva Glicêmica, após 2h do teste:
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Entendendo o que é a Curva Glicêmica, fica fácil entender do que se trata a Curva Insulinêmica ou Curva Insulínica: nada mais é do que a avaliação dos níveis de Insulina também nesses três momentos: no jejum, 1 hora e 2 horas após a sobrecarga de glicose.
A Curva Insulinêmica é muito importante na avaliação de suspeita de Diabetes ou para verificar a resposta a um tratamento específico. No caso do Diabetes Tipo 2, existe um aumento dos níveis de Insulina juntamente com a Glicose.
A Insulina tem diversas ações nas várias células do nosso corpo. Porém, sua principal atividade é retirar a glicose que encontra-se no sangue após a absorção pela alimentação e carregá-la para dentro das células, para que essas possam utilizá-la como energia.
Agora, você pode estar se perguntando: “se a Insulina reduz o açúcar no sangue, porque ela está aumentada junto com a Glicemia no Diabetes Tipo 2?”
Isso acontece porque no Diabetes Tipo 2 existe a chamada resistência insulínica: por conta de uma série de fatores (sendo os principais o excesso de peso e a falta de atividade física – sedentarismo), as células do nosso corpo (principalmente os músculos e o fígado) “fecham as portas” para a ação da Insulina.
É como se as portas das células se fechassem para a entrada de mais glicose, simplesmente porque “pensam” que já têm energia o suficiente dentro delas.
Leia também: Tipos de Insulina no tratamento da Diabetes
No caso da Curva Glicêmica, na Diabetes ela vai ultrapassar os valores citados acima. Já os valores de referência para a Curva Insulínica são as citadas abaixo:
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Valores de Insulinemia acima do normal podem indicar resistência insulínica. Isso significa que a Insulina não consegue carregar o açúcar para dentro das células corretamente e, por isso, o Pâncreas tenta compensar esse problema secretando um excesso de Insulina. As condições associadas com resistência insulínica incluem:
Em alguns casos, o excesso de Insulina também pode ser causado por um tumor secretor de Insulina: são os chamados Insulinomas.
Doenças de fígado ou de coração avançadas podem diminuir a excreção de Insulina e também causar níveis elevados no sangue.
Níveis reduzidos de Insulina podem indicar condições onde há diminuição da produção do hormônio:
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Rayanne disse:
Muito bom, de grande valia estou informação.
Obrigada.