Candidíase Recorrente

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Na maioria das páginas e artigos de nosso site sobre Candidíase, comentamos sobre o tratamento da Candidíase de um modo generalizado. A Candidíase é famosa não apenas porque é muito comum, mas também por ser uma doença “chatinha”: muitas pessoas, especialmente mulheres, reclamam que a Candidíase “vai e volta”. Essa é a chamada Candidíase Recorrente, que pode se tornar complicada para tratar até mesmo para médicos experientes! Vamos conversar sobre ela e tentar entender mais sobre o problema nesse artigo.

Candidíase Recorrente

O que é Candidíase Recorrente?

Primeiro de tudo, temos que entender a definição do problema, não é? Quando abordamos a Candidíase Recorrente, estamos falando especificamente da Candidíase Vulvovaginal, da qual se reclama por aparecer várias vezes. A Candidíase Recorrente é definida como 3 ou mais episódios de Candidíase por ano. Menos que isso, é considerada apenas como Candidíase esporádica.

Causas

Esse tipo de Candidíase é dividido em duas formas de acordo com a causa:

  • Candidíase Recorrente Primária (ou Idiopática): é a mais comum, quando não se sabe a causa de a infecção voltar 3 ou mais vezes por ano.
  • Candidíase Recorrente Secundária: é quando se tem e se conhece uma causa para a recorrência. Isso inclui principalmente doenças como Diabetes e em raros casos AIDS e outras doenças imunológicas, além de Terapia de Reposição Hormonal, uso de anticoncepcionais hormonais ou terapias de imunossupressão (como corticoides e tratamento do Câncer).

Como já vimos no artigo sobre Candidíase Vaginal e em outras páginas do MedSimples, até 75{2bcd453d7311fcd5d3fd79b4f06f2b23457405190b55b88de47449b7ddf1e563} das mulheres vão ter um episódio de Candidíase durante a vida. Dessas, em torno de 45-60{2bcd453d7311fcd5d3fd79b4f06f2b23457405190b55b88de47449b7ddf1e563} terão mais de um episódio na vida.

De todas as mulheres com Candidíase Recorrente tratadas, metade terão o problema de novo mesmo após um tratamento de sucesso, infelizmente.

Como é feito o Tratamento?

Principalmente nos casos de Candidíase Recorrente, é importantíssimo ter um bom médico ou médica (de preferência Ginecologista) acompanhando o tratamento, pois este é muito mais complicado do que episódios únicos de Candidíase.

Primeiro de tudo, um bom médico precisa procurar uma causa para a recorrência da infecção. A primeira possibilidade é a Diabetes, que deve ser descartada com testes apropriados.

Em casos de Terapias de Reposição Hormonal (TRH) ou uso de anticoncepcionais hormonais, é importante adaptar as doses ou encontrar alternativas. O mesmo serve para outras causas de Candidíase Recorrente.

Só depois de eliminadas as possibilidades é que devemos tratar propriamente o problema. Nesses casos, o tratamento é feito com antifúngicos em doses mais prolongadas. Após a remoção dos sintomas (com um tratamento semelhante ao citado em nosso artigo sobre Tratamento da Candidíase, procede-se ao tratamento para evitar a recorrência, que pode ser de 4 formas principais:

  • Clotrimazol em comprimido vaginal de 500 mg, 1x por semana por 6 meses.
  • Cetoconazol em comprimido via oral 100 mg ao dia, por 6 meses.
  • Itraconazol em comprimido via oral de 50 a 100 mg ao dia, por 6 meses.
  • Fluconazol em comprimido via oral de 100 mg por semana, por 6 meses.

Nesses casos, como dissemos, o tratamento é complicado e só um bom médico pode abordar corretamente o problema. Nunca use medicamentos sem a recomendação de um médico e tome atenção especial para o uso de medicamentos para Candidíase na Gravidez.

Dicas Adicionais

Quando não se conhece a causa da Candidíase Recorrente e a mulher já passou por mais de um médico ou médica, é comum culparem os doutores que não conseguiram tratar o problema. São muitos os fatores envolvidos na Candidíase Recorrente e várias mulheres procuram ajudas com tratamentos naturais sem antes mudarem hábitos simples que podem fazer grande diferença.

As principais mudanças que eu recomendo são simples e você já ouviu falar várias vezes:

  • Alimentação: faça uma boa dieta, consulte um bom Nutricionista e use alimentos saudáveis e variados, evitando consumo de bebidas alcoólicas em excesso. Isso melhora sua imunidade.
  • Exercícios físicos: largue o Sedentarismo e se mexa! Isso vai fazer grande diferença tanto no tratamento da Candidíase (melhorando sua imunidade como um todo), como também previne várias doenças, cardiovasculares ou não, como a Pressão Alta.

Além disso:

  • Evite usar roupas apertadas;
  • Procure dormir sem calcinha;
  • Use roupas íntimas não-sintéticas;
  • Seque bem a região vaginal após o banho (cuide com toalhas molhadas e que nunca secam no box!).

Com isso, você evita a maioria dos hábitos que facilitam a infecção. Só depois disso é que você pode reclamar de um tratamento farmacológico de 6 meses que não tenha dado certo.

Espero que esse artigo tenha lhe ajudado! Leia também outras informações úteis sobre Candidíase:

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[titulo]Guia Completo sobre Candidíase[/titulo]
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Referências:

  1. Fidel, Paul L.; Jack D. Sobel. “Immunopathogenesis of recurrent vulvovaginal candidiasis.” Clinical microbiology reviews 9.3 (1996): 335-348.
  2. Val, Isabel; Filho, Gutemberg. “Abordagem atual da candidíase vulvovaginal.” DST J Bras Doenças Sex Transm 13.4 (2001): 3-5.
  3. Spinillo, A., et al. “Recurrent vaginal candidiasis. Results of a cohort study of sexual transmission and intestinal reservoir.” The Journal of reproductive medicine 37.4 (1992): 343.
  4. ROCHA, MANOEL REGINALDO, et al. “Candidíase vulvovaginal: sintomatologia, fatores de risco e colonização anal concomitante.” Rev Bras Ginecol Obstet 29.1 (2007): 3-9.

Comentários em Candidíase Recorrente

  • Simone disse:

    Olá. Tudo bem Alan.
    Eu tenho cândida recorrente, e na minha cidade o que eu mais acho difícil é médico capacitado sobre isso. Já ouvi de uma médica que “meu caso não tem jeito”. Isso é muito triste, pois sou muito nova (25 anos) e essa doença me debilita muito e atrapalhar meu dia a dia. Tenho muito cansaço, dores de cabeça e problemas de falta de atenção, fora os sintomas mais comuns que nem preciso citar.
    Vivo há muitos anos com isso e as vezes penso em ” desistir” e conviver com isso.

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